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Raia-viola, criticamente em perigo de extinção, é encontrada morta em praia do litoral de SP

Raia-viola foi encontrada morta em praia de Itanhaém (SP) Arquivo Pessoal/Edson Tadei Uma raia-viola (Pseudobatos horkelii), também conhecida como cação-vio...

Raia-viola, criticamente em perigo de extinção, é encontrada morta em praia do litoral de SP
Raia-viola, criticamente em perigo de extinção, é encontrada morta em praia do litoral de SP (Foto: Reprodução)

Raia-viola foi encontrada morta em praia de Itanhaém (SP) Arquivo Pessoal/Edson Tadei Uma raia-viola (Pseudobatos horkelii), também conhecida como cação-viola ou peixe-guitarra, foi encontrada morta em uma praia de Itanhaém, no litoral de São Paulo. Ao g1, o biólogo marinho Eric Comin informou que a espécie é considerada criticamente em perigo de extinção. O animal foi encontrado pelo aposentado Edson Tadei, de 58 anos, durante uma caminhada na praia entre os bairros Bopiranga e Califórnia, nesta quarta-feira (3). Ele contou que o animal chamou atenção pela aparência. ✅ Clique aqui para seguir o novo canal do g1 Santos no WhatsApp. “Fotografou por achá-lo muito diferente e porque nunca havia visto nenhum parecido”, explicou a esposa dele, Ana Lúcia Tadei, de 60 anos. De acordo com o casal, a raia tinha pouco mais de um metro. O biólogo marinho Eric Comin explicou, porém, que um adulto da espécie pode chegar a medir até 1,90 m e pesar 45 kg. Segundo o profissional, o animal se assemelha a uma combinação de tubarão e raia, e ganhou o nome popular devido ao formato de corpo, que lembra um violão ou guitarra. Veja os vídeos que estão em alta no g1 Hipóteses Ao analisar a imagem, o biólogo reconheceu algo que parece ser um ferimento acima dos olhos do animal. Por isso, uma das hipóteses dele é que a raia tenha sido morta durante alguma pesca e, em seguida, descartada no mar. No entanto, outra hipótese do profissional é que o animal tenha morrido após encalhar na areia. “Pode ser que ela tenha subido com a maré, ficou ali caçando em uma área, a maré desceu e ela acabou ficando presa”. A espécie Segundo o biólogo, a raia-viola não oferece nenhum risco, pois é considerada mansa e se alimenta de crustáceos e moluscos que vivem no fundo do mar. “As raias dessa ordem (Rhinopristiformes), que incluem o cação-viola, não possuem ferrão na cauda”, afirmou. De acordo com o especialista, a espécie vive no fundo, de areia, lodo ou cascalho. Ela costuma ficar “enterrada” durante o dia para descansar, pois geralmente caça durante a noite. "É considerado um elasmobrânquio, assim como tubarões e outras raias, e possui esqueleto de cartilagem”. Raia-viola vive no fundo do mar e costuma ficar enterrada na areia durante o dia Eric Comin Pesca A pesca do cação-viola é motivo de preocupação, segundo Comin, pois a espécie é extremamente sensível, além de populacionalmente vulnerável. “Devido ao seu estado de ameaça de extinção, a pesca, mesmo a esportiva, deve ser evitada, e a captura ilegal é combatida”, afirmou. Segundo ele, a raia é conhecida popularmente como ‘cação-viola’, mas o termo "cação" é genérico e abrange diversas espécies de tubarões e raias, muitas delas também ameaçadas. “Consumir carne de cação pode, portanto, contribuir para a diminuição de populações de animais em risco e pode até representar um risco à saúde dependendo da espécie, por bioacumulação de metais pesados, como, por exemplo, o mercúrio e o chumbo”, alertou Comin.